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Olá estranhos! A resenha de hoje é sobre um dos meus (Isa Ciunek) quadrinhos favoritos: Scott Pilgrim, série de graphic novels do canadense Bryan Lee O’Malley. Publicada originalmente em seis volumes pela Oni Press em 2004 e aqui no Brasil, em 2010, pela Quadrinhos na Cia. (segmento de HQs da Companhia das Letras), compactado em três volumes. Confira!

A história, como o próprio nome diz, é sobre Scott Pilgrim, um jovem de 23 anos que é um fracasso na vida. Ele é comum, está desempregado, tem uma banda com seus amigos Stephen Stills e Kim Pine, mora de favor com Wallace Wells – seu melhor amigo gay – e está se recuperando de um relacionamento mal acabado e devastador. E tudo corre bem para ele, até se deparar com uma “menina que tem o cabelo assim”…

…a Ramona

…e então a sua “preciosa vidinha” muda completamente.

Ramona é incrível demais para Scott. Mas por algum motivo, ele tem uma chance. Mas para isso, ele deve fazer mais do que apenas conquistá-la, ele precisa derrotar os Sete Ex-Namorados do Mal da Ramona. Eles também são incríveis, e além disso tem poderes especiais. (E você aí, garotinho juvenil, pensando que era difícil chegar naquela menina da escola…) Quando li a história pela primeira vez, não sabia absolutamente nada do enredo (nem esse resuminho que fiz), então não vou tirar o gostinho da surpresa.

Não tem como ser indiferente a Scott, ou você ama ou odeia. A maioria dos personagens (exceto talvez, os “ex”) são cativantes e muito reais. Ou seja, são pessoas possíveis, do tipo que você deve ter na sua vida e vai se identificar (como Stephen Stills, Wallace e Julie).

A história mistura elementos de jogos e música, tornando-se “simpática” a diversos públicos. Tem uma pegada fantasiosa e ao mesmo tempo não abandona a realidade dos personagens (jovens, frustrados, buscando algo, comuns). Há muitas cenas do cotidiano – mais tranquilas – que equilibram bem com as cenas de lutas e sonhos – mais intensas e irreais.

Quanto à parte visual, O’Malley tem um estilo de traço muito próprio, misturando cenas mais rascunhadas com outras bem trabalhadas.

Curiosidade: Há um trecho na edição nº 2 (brasileira) em que os desenhos são digitalizados, na versão original, estas eram páginas coloridas

Os cenários e figurinos são muito bem trabalhados, sem falar nas expressões incríveis:

As piadas são inteligentes e o humor é elemento predominante. MAS VOCÊ, garotinho juvenil, está pensando que pelo resumo do enredo, trata-se de um romance. Pois você está enganado. O romance é bem sutil, e são poucas as cenas que te lembram que se trata de uma suposta história de amor. Scott é uma piada, tudo que ele faz te leva a torcer e ter raiva ao mesmo tempo. Você vai se apegar ao seu jeito babaca e vai odiar cada “ex” com todas as suas forças.

Você que já leu e não gostou: calma, eu sei no que está pensando. A história tem momentos bastante confusos, sim. Algumas coisas acontecem sem explicação. Existem muitas cenas (especialmente no final) que são extremamente psicológicas, é preciso “dar uma viajada” pra entender a vibe (não se droguem crianaças). O que, na minha opinião, não é um ponto negativo. Te leva a refletir, procurar uma lógica e encontrar a a sua própria interpretação.

É legal notar como a turma do Scott mantém uma união (mesmo sem parecer), apesar dele ser um fracasso, seus amigos o aceitam acima de suas burradas. De uma forma ou outra ele sempre dá o seu jeito.

Bryan Lee O’Malley acrescentou alguns extras ao final de cada edição

Neles, ele comenta que esta é a obra de sua vida. MAS CALMA! O autor tem sim outras publicações, são elas:

(se vocês as encontrarem aqui no BR pra comprar, lembrem de mim ;D)

Scott Pilgrim Contra o Mundo é uma história para todos, e se você não gostou, dê uma segunda chance para o canadense. Recebe nota 8,5, perdendo por cenas “avulsas” (como a primeira luta), ganhando pelas tiradas hilárias, personagens bem feitos e estilo de desenho bem próprio.

Comentários sempre bem vindos, se cuidem jovens 🙂

Me desculpem pela resolução de algumas imagens e aguardem a parte 2, resenha da adaptação cinematográfica…

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